O professor Jorge Luiz realiza pesquisas em Maravilha (Sertão de Alagoas) desde 1997. Ele foi até lá com o intuito de procurar cavernas (pelas quais ele tem fascínio), porém nunca as encontrou. No entanto, ao fazer suas caminhadas pelo lugar, ele começou a ter notícias de que lá havia ossos gigantes, os quais a população acreditava pertencerem á algum ser mitológico. Eles não sabiam, mas tratava-se de um osso de preguiça-gigante com mais de 10.000 anos de idade.
Desde então, a cidade passou a ser o objeto de pesquisa do professor, que estuda a megafauna do sertão de Alagoas, ou seja, mamíferos gigantes pré-históricos e já encontrou fósseis de diversos animais extintos, como: toxodonte, preguiça e tatu gigantes, gliptodonte, paleolhama-gigante entre outros.
As escavações para busca de fósseis são feitas principalmente na Fazenda Ovo da Ema, de propriedade do Senhor Adelmo, mas às vezes também realizam-se escavações em outras áreas como em Poço das Trincheiras. Foi lá na fazenda Ovo da Ema, que o professor encontrou o que vem a ser sua maior descoberta: a parte inferior completa do corpo de uma preguiça-gigante.
No entanto, não basta apenas encontrar o fóssil, é necessário um trabalho muito árduo para transportá-lo e assim poder estudá-lo:
* após ser encontrado, o fóssil é limpo com pincel, mas é importante deixar incrustada uma certa quantidade de sedimento;
* depois de limpo é passada cola líquida no osso para conferir resistência, a cola não afeta o fóssil, pois quando seca fica transparente;
* em seguida o osso é envolvido com uma gaze molhada em em gesso diluído em água, esse revestimento, que é feito duas vezes, dá proteção para o fóssil durante o transporte; lembrando que a secagem do gesso é rápida divido à alta temperatura de Maravilha, que pode chegar a 50°C;
* depois do envolvimento do fóssil na gaze, é preparado um engradado com ripas de madeira, estofado na base e isopor nas laterais, no qual o fóssil que já está envolvido em panos, é colocado e transportado.
Assim é possível realizar o transporte seguro do fóssil até o laboratório.
Com os trabalhos do professor, Maravilha já está sofrendo diversas transformações, pois está se transformando em uma cidade temática. Já é possível ver nas ruas de lá, réplicas gigantes do que foi encontrado nas escavações, mas isso não é tudo, a cidade também possui o único museu paleontológico da megafauna no Brasil, onde depois de analisados, datados e identificados pelo museu de paleontologia da UFAL, os fósseis que não têm grande relevância científica são expostos, podendo assim, ser visitados pela populaçao local e por turistas.
A idéia do Profº Jorge é criar um parque em maravilha, no qual além da tematização da cidade seja possível que as pessoas vejam as escavações e até participem.
Vale lembrar que o municipio de Maravilha conta com 13 mil habitantes, sendo 8 mil deles na zona rural, e para que o trabalho na cidade dê certo, é necessário um trabalho contínuo de educação ambiental, esclarecendo a população sobre a importância do tesouro que eles possuem e sobre o que o sucesso do projeto pode trazer de bom para a cidade.
Assim, busca-se sempre inserir a população local nas atividades do projeto, por exemplo, o mascote do projeto - o Tigre-dentes-de-sabre, chamado Zamba - foi escolhido por meio de uma votação no município.
* Veja aqui as fotos da cidade de Maravilha e dos fósseis encontrados lá.
* Para mais informações sobre o projeto, clique aqui.
E aí, gostou de tudo?
Clique aqui para saber como ir da capital de Alagoas até Maravilha.
Bem, espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre a "Maravilha Pré-histórica".
Logo, logo, a gente traz mais informações sobre o que foi descoberto lá...
E se você já conhece a cidade, diz pra gente o que achou.
Até logoo :D